História do tiro esportivo: das batalhas às Olimpíadas

Mulheres passaram a participar da modalidade nas competições em 1968

As armas de fogo não possuem um histórico positivo dentro da história da humanidade, mas foi nas guerras que surgiu a oportunidade de reinventar seu propósito e transformá-las em uma modalidade esportiva. Desde o século XIII, existem registros de armas que utilizavam pólvora para atirar projéteis, sempre em contexto de guerras e disputas territoriais, mas foi dentro do ambiente militar que as primeiras competições de tiro foram realizadas.

Diversos exércitos já realizavam pequenas disputas internas de tiro ao alvo, mas foi somente nos anos 1800 que as primeiras competições abertas começaram a tomar forma - primeiro na Suécia, mas depois se espalhando rapidamente pelo continente europeu. A partir disso, a prática militar começou a se fundir com atividades de caça, que também contribuíram muito para a formação do esporte, assim definindo algumas das principais modalidades de tiro ao alvo, como o skeet e o fosso.

Em 1871, era fundada a Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF), nos Estados Unidos, hoje já contando com a participação de 154 países. Não muito tempo depois, em 1896, as modalidades de tiro faziam sua estreia nos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia; daquele ponto em diante, apenas duas edições do torneio não contaram com a participação do tiro esportivo: 1904, em St. Louis, nos Estados Unidos, e 1928, em Amsterdã, na Holanda.

A princípio, somente os homens podiam participar do tiro esportivo nas Olimpíadas, sendo que na edição de 1956, em Melbourne, na Austrália, o canadense Gerald Ouellette fez história ao apresentar um desempenho perfeito, acertando todos os 60 alvos. Esse feito lhe garantiu a medalha de ouro, mas, devido a um erro de organização da prova, um dos alvos foi colocado 1,5 m mais próximo do que deveria, o que acabou custando o reconhecimento do recorde mundial ao atleta. Foi somente na edição de 1968, no México, que as mulheres começaram a participar da modalidade, ganhando sua própria categoria em 1984. Atualmente, são nove modalidades masculinas e seis femininas.

Fora das competições profissionais, o tiro esportivo pode ser praticado por todos, através de clubes e espaços dedicados à prática. O esporte inclui tanto armas reais quanto as de pressão, como a carabina CBC, que atira ar comprimido. Todas as modalidades podem ser praticadas casualmente e com a mesma variedade de armas disponível dentro ou fora do âmbito esportivo, por isso é uma prática bastante ampla e versátil.