Vendas de vinil aumentaram 6,2% em 2024

Segundo alguns veículos de comunicação há alguns anos vem caindo, atingindo a marca de 33% em 2024. Eles estavam errados.


Em 14 de outubro de 2024, veículos de notícias como Yahoo e NME noticiaram que o mercado de vinil nos EUA havia caído 33% em relação ao ano anterior. A informação veio de um relatório semanal da Billboard, chamado "Market Watch", que utiliza dados fornecidos pela Luminate. Esse anúncio, em meio ao ressurgimento do vinil, sugeria uma mudança nos hábitos de consumo, marcando o primeiro declínio nas vendas de vinil em 17 anos.

No entanto, em 15 de outubro, o Discogs contatou Chris Muratore, diretor de parcerias da Luminate, que confirmou que os dados relatados estavam incorretos. Na realidade, as vendas de vinil aumentaram 6,2%. Desde então, a Billboard atualizou o relatório "Market Watch" para esclarecer o erro.

A Luminate, considerada referência em números de vendas físicas de música por décadas, alterou seu processo de relatórios no início deste ano, o que gerou insatisfação entre donos de lojas de discos e profissionais do setor. O método antigo, usado por mais de 30 anos, consistia em amostrar lojas independentes para estimar as vendas de CDs, vinil e fitas cassete nos EUA.

Com o novo sistema, implementado em 29 de dezembro de 2023, as vendas reais de lojas independentes passaram a ser contabilizadas em todo o mercado. No relatório semestral de 2024, a Luminate afirmou que a nova metodologia representava melhor o mercado independente, mas reconheceu a falta de dados históricos comparáveis para fornecer uma tendência ano a ano. Por isso, as vendas de varejo físico independente não foram incluídas nos relatórios que comparavam o primeiro semestre de 2024 com o mesmo período de 2023.

O relatório "Market Watch" vinha exibindo dados incorretos desde a mudança na metodologia. Com a correção, a Luminate agora confirma que as vendas de vinil cresceram 6,2%, excluindo as vendas de lojas independentes de 2023 e 2024.

Marcas e lojas relatam crescimento nas vendas

Billy Fields, vice-presidente de serviços comerciais e estrategista de vinil da Warner Music Experience, detectou o erro nos relatórios iniciais e afirmou que os dados atualizados refletem o que ele observou no mercado. "Por todas as medidas, o mercado de vinil está em alta em 2024", disse ele, destacando que tanto os dados da RIAA, que apontaram um aumento de 17% nas remessas de vinil, quanto os da Luminate, que registraram um crescimento de 6,2%, indicam uma tendência positiva.

Luke Sardello, coproprietário da Josey Records em Dallas, Texas, também observou uma elevação nas vendas de mídias físicas, com planos para abrir uma nova loja em novembro. Ele ressaltou o crescimento acentuado nas vendas de CDs, atraindo um público mais jovem do que o esperado.

Segundo o relatório semestral da Luminate, lojas de discos independentes foram responsáveis por 40,1% das vendas de vinil nos EUA entre as semanas 23 e 26 de 2024, sob a nova metodologia. No entanto, donos de lojas independentes acreditam que a participação é ainda maior.

Mudança nas metodologias da Luminate

A alteração no método de rastreamento de vendas deixou muitos lojistas independentes insatisfeitos, levando alguns a protestar contra a mudança e se recusarem a enviar dados. Antes da mudança, a Luminate relatava uma cobertura de 93% do mercado físico e 95% das lojas independentes que vendiam mais de 1.000 unidades por semana. Atualmente, a Streetpulse, parceira da Luminate na coleta de dados, recebe informações de 409 lojas, enquanto o Record Store Day estima a existência de 1.400 lojas de discos independentes nos EUA, e um relatório do IBIS World de agosto de 2024 aponta 2.031 lojas, sugerindo que muitas não estão sendo contabilizadas.

Travis Searle e Lisa Foster, da Guestroom Records em Louisville, Kentucky, acreditam que a nova metodologia favorece os grandes varejistas, enquanto os dados das lojas menores são subrepresentados, levando a uma visão distorcida do mercado de vinil.

Além disso, os relatórios da Luminate não consideram a revenda de produtos usados, um componente essencial para muitas lojas de discos. Sardello afirma que os relatórios falham em refletir a saúde do mercado musical em geral.

A presidente da Music Business Association, Portia Sabin, defende o novo sistema de relatórios e afirma que Luminate e Streetpulse estão continuamente aprimorando o processo para incluir mais lojas. Ela destaca que, embora o processo tenha avançado, ainda há espaço para melhorias, e espera que mais varejistas se juntem ao esforço para garantir uma representação mais precisa do mercado.

Vendas de vinil no Brasil

A lista de recordistas de vendas de discos no Brasil inclui os artistas nacionais e internacionais com as maiores vendagens no país, abrangendo formatos físicos e digitais. O cantor Roberto Carlos lidera a lista, tendo iniciado sua carreira no final dos anos 1950 e vendido cerca de 120 milhões de discos até hoje. Ele também detém o título de artista solo com mais álbuns vendidos na história do Brasil, de acordo com a ABPD. A cantora Angela Maria, com mais de 60 milhões de discos vendidos ao longo de sua carreira, é a artista feminina mais bem-sucedida, ocupando a terceira posição na lista.

Desde novembro de 2008, a Pro-Música Brasil (anteriormente conhecida como Associação Brasileira de Produtores de Discos) começou a contabilizar as vendas digitais, incluindo downloads pela internet e ringtones vendidos por meio de telefonia móvel. No ranking de vendas digitais nacionais, a banda Jota Quest ocupa o primeiro lugar, com mais de 3 milhões de downloads pagos, seguida por Ivete Sangalo, com 2,5 milhões. Entre os artistas internacionais, o grupo norte-americano The Killers lidera com mais de 1,15 milhão de vendas digitais, seguido por Lenny Kravitz, com 1 milhão.

Fonte: Discogs / wikipedia