Criador da World Wide Web diz que erros do Facebook têm solução


Servidores em um centro de dados do Facebook em Prineville, Oregon (EUA)Servidores em um centro de dados do Facebook em Prineville, Oregon (EUA)

Servidores em um centro de dados do Facebook em Prineville, Oregon (EUA)EFE/FACEBOOK/Apenas para uso editorial

O inventor da World Wide Web (www), a rede mundial de computadores, o engenheiro e cientista da computação britânico Tim Berners-Lee, encorajou nesta quinta-feira (22) o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, ao afirmar que ele pode "consertar" os problemas que permitiram o vazamento de dados da rede social, "mas isso não será fácil". A informação é da EFE.

Zuckerberg afirmou hoje que sua empresa "cometeu erros" que levaram milhões de usuários da rede a ter seus dados explorados pela empresa britânica de consultoria política Cambridge Analytica. Ele também garantiu estar disposto a colaborar com o que for preciso para evitar que dados sejam novamente explorados indevidamente para influenciar campanhas eleitoraisl.

Segundo Berners-Lee, "este é um momento sério para o futuro da web, mas quero que nos mantenhamos com esperança. Os problemas que vemos hoje são erros no sistema. Os erros podem causar danos, mas são criados pelas pessoas e podem ser consertados pelas pessoas".

O especialista britânico se referiu assim em uma postagem no Twitter sobre o vazamento de dados de milhões de usuários do Facebook para a Cambridge Analytica, empresa vinculada à campanha eleitoral em 2016 do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Não será fácil"

Ao se dirigir a Zuckerberg, Berners-Lee afirmou que é "possível consertar" o problema, mas reconheceu que isso "não será fácil", e acrescentou que "as empresas têm que trabalhar com governos, ativistas, acadêmicos e usuários para garantir que as plataformas estão prestando serviço à humanidade". Ele também pediu a colaboração e mais envolvimento dos usuários, ao lembrar que seus dados lhes pertencem e que eles fazem dessa rede social "o que ela é".

Por outro lado, a Incorporated Society of British Advertisers (ISBA), órgão que representa as principais empresas publicitárias do Reino Unido, se reunirá com o Facebook para exigir respostas sobre o escândalo da Cambridge Analytica e solicitar a segurança dos dados dos usuários.

Se Zuckerberg falhar em oferecer as garantias e mudanças necessárias, as empresas ligadas à ISBA - que reúne mais de 3.000 marcas - "ameaçam" deixar de anunciar na rede social, o que provocaria grandes perdas econômicas.