Adaptar a rotina moderna à criação dos filhos, talvez, seja uma das maiores dificuldades de pais e responsáveis para os dias de hoje. Sem aprofundar muito, é nítido o fato de que a mulher, cada vez mais necessária no mercado de trabalho, cria uma linha tênue entre a necessidade de ser mãe e profissional.
É fácil lembrar da época de ir para a escola, voltar para casa e ter a companhia da mãe no outro turno. Se isso já era bem complicado e limitante há 20, 30 anos, os novos modelos familiares tornam esse cenário praticamente impossível.
As creches, muitas vezes, eram a opção mais viável. Apesar de o ano letivo não ser uma prioridade, a creche ainda é vista como uma "segunda casa" para a criança. Um local onde ela irá aprender coisas que ela aprenderia em casa, como se alimentar sem ajuda, desfralde e outras atividades relacionadas ao mundo em que vive.
Deixando um tanto de lado a questão financeira, já é menos complicado encontrar instituições de ensino que disponibilizam o ensino em tempo integral. O modelo é uma realidade antiga em países como Estados Unidos e Finlândia, por exemplo.
No Brasil, de acordo com os dados do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Inep, em 2021, 12% de todas as matrículas na Educação Básica foram feitas em turmas de tempo integral na rede pública e 2% na rede privada. Um avanço em relação a 2007, quando 4% de todas as matrículas - 3% na rede pública e 1% na rede privada - foram feitas em turmas de tempo integral.
O percentual de alunos nessas turmas varia bastante, em função das políticas educacionais adotadas pelos estados ao longo dos anos. Um exemplo disso é o Ceará, que partiu de pouco mais de 5% das matrículas em turmas de tempo integral em 2009 e deu um salto até 2021, quando 25% das crianças e dos adolescentes passaram a frequentar a escola de forma integral.
Apesar de estar longe de ser uma realidade padrão, socialmente, aescola de período integralune diversas outras dimensões relacionadas ao pleno desenvolvimento intelectual, físico, emocional e cultural de crianças e adolescentes. Alguns outros pontos se mostram fundamentais na hora da escolha:
- Atividades extracurriculares;
- Incentivo à prática de esportes;
- Promove lazer e cultura;
- Oferece orientação nutricional.
Em entrevista, o pesquisador e ex-secretário de Educação deSão Paulo, Alexandre Schneider, disse que essa modalidade de ensino é a melhor saída para a educação do país. "O tempo integral faz com que os alunos tenham o maior número de estímulos possível, não só pelo olhar educacional, mas também pelo profissionalizante", avalia.