Projeto de Convivência leva pelúcias às casas de estudantes de SP para fortalecer educação emocional

Além de promover o autoconhecimento, empatia e relacionamento interpessoal entre os alunos dos 1º ao 3º anos, o projeto também prepara os estudantes dos 4º e 5º anos para habilidades como colaboração, pensamento crítico e comunicação.


O Projeto de Convivência da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) vem transformando a rotina dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com atividades voltadas para o desenvolvimento da educação emocional e habilidades socioemocionais. Entre as ações do projeto, os estudantes levam para casa pelúcias que acompanham lições e incentivam a interação familiar.
 
 
O estudante Gabriel Santiago Puga, do 2º ano da Escola Estadual Doutor Augusto de Macedo Costa, na zona norte da capital, recebeu a pelúcia Geraldo para uma semana de atividades em casa. A mãe de Gabriel, Yara Aparecida Santiago Garcia, explicou que aproveitou o momento para ler com o filho o livro Casa da mamãe e casa do papai, de Elisa Gatti, que o ajudou a compreender a separação dos pais. "A ideia é que ele continue se sentindo amado e acolhido, mesmo nesse momento desafiador", afirmou.
 
Geraldo faz parte de um trio de pelúcias distribuídas para 1.400 escolas que atendem do 1º ao 5º ano. As pelúcias, junto a jogos de tabuleiro e materiais didáticos, integram os 900 mil itens entregues pela Educação de SP no início de 2025, em um investimento de R$ 28 milhões para atender 544 mil crianças.
 
A líder da equipe de produção do material didático, professora Andréa Fernandes de Freitas, reforçou a importância do trabalho com a inteligência emocional desde a infância. "Isso potencializa o processo de aprendizagem", destacou.
 
Além de promover o autoconhecimento, empatia e relacionamento interpessoal entre os alunos dos 1º ao 3º anos, o projeto também prepara os estudantes dos 4º e 5º anos para habilidades como colaboração, pensamento crítico e comunicação, substituindo as pelúcias por jogos de tabuleiro nas etapas finais.
 
A diretora da Escola Estadual Alfredo Paulino, Rosângela de Lima Yarshell, também ressaltou que o projeto recupera a essência da infância. "Estamos devolvendo a infância às crianças", disse. Ela relatou que as atividades com as pelúcias têm fortalecido a parceria entre pais e filhos nas tarefas escolares.
 
As famílias também se envolvem emocionalmente com as pelúcias. Márcia Medeiros Sousa, mãe da aluna Catharina de Sousa Saturnino, contou que a filha levou a pelúcia Fernanda até o balé e aprendeu um ponto de costura para consertá-la, criando uma memória afetiva especial.
 
Desde 2014, o Projeto de Convivência integra a rede estadual como componente curricular. Em 2025, a atual gestão ampliou o projeto, dobrando a quantidade de aulas semanais destinadas à educação emocional e habilidades socioemocionais nas escolas dos anos iniciais.